sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sobre bagunça, vazio e saudade de você.

Tenho andado muito ocupada ultimamente, perdida nos meus pensamentos, me enganando o tempo todo, vendo felicidade onde não tem, fingindo estar feliz também. O tempo parece não passar. E se passa, é quase parando.
Essa mania tola, de sorrir com os lábios, engolindo as palavras, respirando fundo. Mantendo as aparências. Eu odeio me explicar, porque ás vezes dói mais do que ficar quietinha, no meu quarto, ouvindo aquelas músicas melodramáticas que insistem em tocar no meu rádio, pensando em alguém que se foi um dia, e nem se quer me disse adeus. Eu não te culpo. Também odeio despedidas. Elas borram a maquiegem, e fazem um estrago maior ainda no coração. Mas no seu caso, fez o dobro do estrago por fora e por dentro. Está tudo tão vazio, e ao mesmo tempo tão bagunçado. Aliás é nessa ordem que anda a minha vida: vazia, bagunçada, sem sentido. Sempre foi assim, eu sei. Mas ter você aqui tornava as coisas mais fáceis, ou menos doloridas - como você mesmo dizia- . Mas agora há um buraco enorme no meu peito, e eu não sei como preencher.
Ando me ocupando de frases feitas, músicas que não fazem sentido, me entupindo de café, e de saudade de você. Em uma tentativa em vão de me preencher, de preencher o vazio que você deixou.

Quase sem querer.

Tenho andado distraído. Impaciente e indeciso. Ainda estou confuso só que agora é diferente. Tô tão tranquilo e tão contente. Quantas chances desperdicei. Quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo. Que eu não precisava provar nada pra ninguém. Me fiz em mil pedaços pra você juntar. E queria sempre achar explicação pra o que eu sentia. Como um anjo caído fiz questão de esquecer. Que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira. Mas, não sou mais tão criança. A ponto de saber tudo. Já não me preocupo se eu não sei por que. Ás vezes o que eu vejo quase ninguém vê. Eu sei que você sabe quase sem querer. Que eu vejo o mesmo que você. Tão correto e tão bonito. O infinito é realmente um dos Deuses mais lindos. Sei que ás vezes uso palavras repetidas. Mas, quais são as palavras que nunca são ditas?. Me disseram que você estava chorando. E foi então que eu percebi como te quero tanto. Já não me preocupo se eu não sei por que. Ás vezes o que eu vejo quase ninguém vê. Eu sei que você sabe quase sem querer. Que eu vejo o mesmo que você.
                      (Maria Gadú )